quarta-feira, 25 de junho de 2008

Como são tristes essas pessoas que se emprestam às outras em busca de prazer.
Essas jamais, saberão o sabor de amar. Ou talvez se tarde aprenderem, já terão perdido os mais belos amores e as mais belas noites. Não terão olhado todas as estrelas, e nem se pegarão surpreendidas com um beijo interrompendo sua explicação sobre a ursa maior, ou sobre o Cinturão de Órion( nessa hora isso pouco importa). Pobre desses, que nunca beijaram, e pensam que um beijo se aprende. Não! Beijos acontecem e não se encaixam; As pessoas se encaixam e o beijo é só uma desculpa. Talvez essas pessoas nunca saibam o que é sentir seu coração parar por alguns segundos quando se encontra alguém, mesmo que muitos corações já tenham parado por elas.

Elas são tristes e não sabem amar, e se escondem, sob um sorriso falso e cantadas armadas.
Essas pessoas sofrerão eternamente, mas nunca sofrerão de amor. Há destino mais triste?

E por essas, eu só lamento.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Ausência
Carlos Drummond De Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

- É incrível, como eu me sinto nu, quando leio Carlos Drummond.É como se ele explicasse em palavras aquilo que sinto, intensa e permanente em minha alma. E ao mesmo tempo em que a Ausência de Drummond é forte ali nas palavras, ela se torna igualmente forte aqui. No meu estado. No meu íntimo. Em min.