sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Somente lembrando o que um dia pareceu ser intensamente meu. E hoje é menos.

Rodeio de touro
Pés descalços, pelados como o corpo farto. Traduzido em formas pelo jeans desgastado e sujo. 

É de cênicas encantadas. De têmporas expansivas. É talhado por tablado. É devoto à boemia de Baco. Em teus olhos agrestes acatingados os meus são forjados em vidro. Estáticos. São fundos. Pretos alcoólicos. Embriagam-me. Me entorpecem. Inocentam-te. 

Recorro – impetuosamente - a te percorrer. Sigo sua pele ocre craquelada do Acre. Das imponentes costas encarrilhadas às sinuosas nádegas de charque rijo. Tomam-me. Encharco-as. Nariz arrebitado que descende de grego. Mordo, lambo, chupo. Pressiono teus braços, de veias áridas. Remexo o rio doce de cabelos ondulados em suaves cachos. 

Laça-me em laço amarrado. Sou touro valente, bato rebato. Me encontro. Acalmo-me em ti. Em nó tramado bem-dado. Benfeito.