sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Retratos Roubados


Estava assistindo a peça Hygiene do Grupo XIX de Teatro na Gameleira. De repente me cutucam o ombro. Ao virar-me, "clique!". Depois só o sorriso da Talitinha Oliveira: - Roubei seu retrato. E agora ela está me devolvendo. Obrigado.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Poesia e prosa

Pode-se escrever em prosa ou em verso.
Quando se escreve em prosa, a gente enche a linha do caderno até o fim, antes de passar para outra linha.
E assim por diante até o fim da página.
Em poesia  não:  a gente muda de linha antes do fim,
deixando um espaço em branco antes de ir para a linha seguinte.
Essas linhas incompletas se chamam versos.
Acho que o espaço em branco é para o leitor poder ficar pensando.
Pensando bem no que o poeta acabou de dizer.
Algumas vezes, lendo um verso, a gente tem de voltar aos versos de trás para entender melhor o que ele quer dizer. Principalmente quando há uma rima, isto é, uma palavra com o mesmo som de outra lida há pouco.
Então a gente vai procurá-la para ver se é isso mesmo.
A prosa é como o trem, vai sempre em frente.
A poesia é como o pêndulo dos relógios de parede de antigamente, que ficava balançando de um lado para o outro.
Embora balançasse sempre no mesmo lugar, o pêndulo não marcava sempre a mesma hora.
Avançava de minuto a minuto, registrando a passagem das horas: 1,2,3, até 12.
Também a poesia vai marcando, na passagem da vida, cada minuto importante dela.
De tanto ir e vir de um verso a outro, de uma rima a outra, a gente acaba decorando um poema e guardando-o na memória.
E quando vê acontecer alguma coisa parecida com um poema que já leu, a gente logo se recorda dele.
Geralmente, a prosa entra por um ouvido e sai pelo outro.
A poesia, não: entra pelo ouvido e fica no coração.

José Paulo Paes

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pics of a Trip



Buenos Aires
Casa Rosada
Café Tortoni



Tango de Rua

Palermo

Literatura e Música






Cidade com trilha sonora



Puerto Madero

Obelisco

Circo Florida

Adicionar legenda
Rodrigo :)









O bom de viajar é sempre se perder um pouco.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Texto sem graça e verdadeiro

Aqui não se encontra qualidade literária

Tenho uma grande dificuldade de me desfazer.Meu quarto é um entulho de coisas que não mais têm valor, porém guardo-as com um sentimento de posse incontrolável.
Assim também é meu coração.
Não compreendo que algumas coisas não se sustentem mais com a força de antes. E fico amargando. Criando motivos, e cobranças que deixaram de ter razão.
É esse o grande resumo do meu ano. A dificuldade de me desfazer.

Me prendo ao passado de forma quase doentia. Confundo orgulho com compreensão. É uma sentimento antigo, que alimentei ainda na infância. Lembro-me da vontade de guardar tudo para que um dia eu pudesse reviver aquele momento de novo. Desde os brinquedos aos cds da adolescência.
Hoje vejo que os sentimentos guardados não surgem do mesmo jeito.

Nesse quarto cheio de coisas antigas que é meu coração, me encontro só. Inesgotavelmente só.
Você usou as palavras certas. Caminhamos bem um sem o outro.

Essas palavras uniram-se a algumas bocas caladas. E me fizeram compreender que de entulhos um coração não pode pulsar feliz.

Enquanto reluto, explico ao peito que gavetas vazias não sinalizam solidão.
Gavetas vazias são a liberdade.
Ao entulho, só um Adeus.

Afinal, nossas vidas estão ótimas desse jeito mesmo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Parafraseando Drummond


Tenho uma página em branco, e todo "o sentimento do mundo".  Estou com muita coisa engasgada que não consigo escrever. Ontem quando voltava para casa, o pensamento me ajudava a formular um texto cujo o título se chamaria Um Texto Bem Triste. Não consegui escrevê-lo. A família me poupou o exercício da melancolia.