Eu sou uma pessoa cheia de máscaras e preconceitos. E nós vivemos cansados; Nós, meus pés, meus olhos e meu coração. Por hoje não seja tão cruel comigo. Não me olhe assim. Nem fale bobagens. Dói. Ai, aquelas palavras de consolo que tanto me fazem falta e que poderiam muito bem substituir as suas, as de vocês. Queria poder ser assim como você livre e fascinante, mas as minhas máscaras são por demais pregadas nas minhas vísceras de escorpiano. E ai signo maldito que me fez acreditar poder sim haver lógica no que pronunciam os astros. A minha dor se pronuncia calada nas horas de felicidade.
A verdade, meu bem, é que eu sou um ser inseguríssimo. Que sofre por demais o fato de não ser aquilo que sonha. E por mais que apague todas as chamas, todas as pequenas esperanças sempre há um maldito momento no qual me pego sonhando de novo. E, é essa esperança que me acaba, que me destrói. Quisera eu poder esquecê-la, ensopá-la num rio corrente de água fria. E viver, assim, uma vida menos como essa que me faz deixar aqui as palavras e escorregar no repouso e no consolo encontrado somente no sono do meu quarto.